quinta-feira, 24 de novembro de 2011

EPISÓDIOS DA JUSTIÇA PORTUGUESA NUM SÓ DIA

EPISÓDIOS DA JUSTIÇA PORTUGUESA
A Ministra da Justiça diz que os portugueses têm razões para não confiar na Justiça e confirma a existência de um clima de impunidade que - ela não o disse, mas é óbvio - favorece os ricos e não aproveita aos pobres.
O Marinho Pinto diz que o Ministério da Justiça foi entregue a um escritório de advogados e, além disso, acusa a Ministra de nepotismo. A Ministra defende-se, alegando falsidade, diz que Marinho lhe inventou um cunhado, mas fica-se por aí. É a Praça da Ribeira no seu melhor…
O Procurador Geral da República não gostou nada que os jornalistas estivessem à espera das diligências da Judiciária na casa do Sr. dr. Duarte Lima, nem do modo como a comunicação social estava a tratar o caso. Mas não revelou nenhuma preocupação pelo facto de o suspeito ter sido previamente avisado do que lhe ia acontecer, nem tão-pouco se mostrou minimamente incomodado com as acusações da Justiça brasileira. Não sabe de nada. À Procuradoria ainda não chegou nada. No ouvinte fica a ideia de que essa coisa de o Duarte Lima ser acusado de homicídio no Brasil é lá uma coisa deles, dos brasileiros.
Germano Marques da Silva, advogado de Duarte Lima, e ao que se diz professor de Direito Penal na Católica – uma universidade que preza os “valores”, ou não fosse ela uma emanação quase divina do saber celestial – diz que “Só se o Duarte Lima fosse parvo é que se apresentaria no Brasil”!
Mas há mais. Um outro advogado de Duarte Lima, agora no suspeito caso de burla, branqueamento de capitais, fraude fiscal e sabe-se lá que mais do BPN, protesta contra a prisão preventiva do seu cliente decretada com fundamento em receio de fuga…porque o seu cliente é um foragido! Tal e qual. "Receio de fuga"? Responde, perguntando o advogado. "Só se Duarte Lima fosse tolo se ausentaria de Portugal, havendo o que se conhece com a Justiça brasileira".
Pois é, isto atingiu o grau zero da pouca-vergonha. O grande défice português não é o das contas públicas. O défice das contas públicas não passa de um pequeno afloramento de um outro défice muito maior e mais grave!

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