quinta-feira, 6 de outubro de 2011

CAVACO SILVA ALERTA PARA O FIM DAS ILUSÕES

Cavaco alerta para o fim "das ilusões"

Economia

06/10/11, OJE

O Banco de Portugal publica hoje o seu Boletim Económico de Outono, com as projecções macroeconómicas para a economia portuguesa que deverão ser piores que o cenário traçado pela "troika" e uma análise à situação financeira, económica e política.

A austeridade é inevitável, mas de nada valerá se não for acompanhada de crescimento económico. Num discurso mobilizador, em que as referências económicas se cruzaram com o plano moral, o Presidente da República considerou ontem que "perdemos muitos anos na letargia do consumo fácil e na ilusão do despesismo público e privado. Acomodámo-nos em excesso. Agora, temos de aprender a viver de acordo com as nossas possibilidades e a tirar partido das nossas potencialidades".

POUPAR? PRESIDENTE, DIGA A PASSOS COELHO QUEM TEM QUE POUPAR!
Cavaco Silva deixou esta advertência na sua intervenção nas comemorações oficiais do 101º aniversário da implantação da República.

No seu discurso, fez duras críticas ao passado, declarou que "acabaram os tempos de ilusões" e referiu-se aos sacrifícios exigidos aos portugueses como "provavelmente os maiores que esta geração conheceu".

Avisou que há "um longo e árduo caminho a percorrer", em que "a disciplina orçamental será dura e inevitável", mas apontou o crescimento económico como decisivo: "Se não existirem a curto prazo sinais de recuperação económica poder-se-á perder a oportunidade criada pelo programa de assistência financeira".

"Portugal vinha acumulando intoleráveis assimetrias" territoriais, de rendimentos e de oportunidades, e "o republicanismo deste novo século deverá ser mais exigente quanto à distribuição da riqueza e repartição dos sacrifícios", disse.

AUSTERIDADE? PRESIDENTE, ESSE É UM AVISO PARA QUEM?

A crise é uma oportunidade para que os Portugueses "redescubram o valor republicano da austeridade digna, para que cultivem estilos de vida baseados na poupança e na contenção de gastos desmesurados, para que regressem ao consumo de produtos nacionais, para que revisitem o seu país e aí encontrem paisagens esquecidas e um património histórico", sublinhou.

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