sábado, 10 de setembro de 2011

ETIÓPIA - A HERANÇA CULTURAL PORTUGUESA

Padre Francisco Álvares

Álvares, Padre Francisco (Coimbra c.1470? - Roma c.1540). Historiador português, natural de Coimbra. Presbítero, foi um dos principais autores da historiografia de viagens de Quinhentos. Nasceu em Coimbra por volta de 1470. Em 1515 foi enviado pelo rei D. Manuel, de quem era capelão, numa embaixada à Etiópia (então designada por Abissínia) liderada por Duarte Galvão, embaixador que viria a falecer, sendo substituído por D. Rodrigo de Lima. Foi já na companhia deste que, em 1520, entrou na corte do imperador da Etiópia, país onde permaneceu durante seis anos e onde reuniu os materiais para a sua obra Verdadeira Informação das Terras do Preste João (1540). Esta obra inaugurou o ciclo sobre a Etiópia, e nela o Padre Francisco Álvares descreveu com minúcia e exactidão tudo aquilo que observou durante a sua estadia: as aventuras do percurso efectuado em caravana, a estada na corte do negus (título dos soberanos etíopes da época), povos e locais desconhecidos, com a sua flora e fauna características, a vida doméstica, o vestuário, os rituais sociais e religiosos, o armamento, e tudo o mais que lhe foi permitido observar. O sucesso e o carácter inovador do seu livro foram de tal ordem que, nos anos seguintes, seria traduzido para castelhano, francês, inglês, alemão e italiano. Em 1527, regressou a Portugal. Quatro anos depois, em 1531, partiu em nova embaixada, desta feita a Roma, na companhia do monge Zagazabo, enviado pelo negus (que os portugueses designavam por Preste João das Índias, figura mítica que se acreditava ser o soberano de um reino cristão, cuja localização foi alvo de várias especulações) para prestar obediência ao Papa Clemente VII. Permaneceu em Roma até à data da sua morte.

Presença portuguesa na Etiópia

During the reign of Saint Gebre Mesqel Lalibela (a member of the Zagwe Dynasty, who ruled Ethiopia in the late 12th century and early 13th century) the current town of Lalibela was known as Roha. The saintly king was given this name due to a swarm of bees said to have surrounded him at his birth, which his mother took as a sign of his future reign as Emperor of Ethiopia. The names of several places in the modern town and the general layout of the monolithic churches themselves are said to mimic names and patterns observed by Lalibela during the time he spent in Jerusalem and the Holy Land as a youth.

Lalibela is said to have seen Jerusalem and then attempted to build a new Jerusalem as his capital. As such, many features have Biblical names - even the town's river is known as the River Jordan. It remained the capital of Ethiopia from the late 12th century and into the 13th century.

The first European to see these churches was the Portuguese explorer Pêro da Covilhã (1460 – 1526).

One of the earliest Europeans to see Lalibela was the Portuguese priest Francisco Álvares (1465 - 1540), who accompanied the Portuguese Ambassador on his visit to Lebna Dengel in the 1520s. His description of these structures concludes:

I weary of writing more about these buildings, because it seems to me that I shall not be believed if I write more ... I swear by God, in Whose power I am, that all I have written is the truth[3]
Although Ramuso included plans of several of these churches in his 1550 printing of Álvares' book, it is not known who supplied him the drawings. The next reported European visitor to Lalibela was Miguel de Castanhoso, who served as a soldier under Christovão da Gama and left Ethiopia in 1544.[4] After de Castanhoso, over 300 years passed until the next European, Gerhard Rohlfs, visited Lalibela at some time between 1865 and 1870


HERANÇA HISTÓRICO-CULTURAL PORTUGUESA NA ETIÓPIA

PostadO por Dulce Rodrigues a 3 de Março de 2009

As realizações arquitectónicas que os Portugueses deixaram espalhadas pelo mundo são notáveis, mas em muitos casos pouco ou nada conhecidas fora dos países em que se encontram implantadas. Um desses lugares é a Etiópia, e foram os próprios Etíopes que me fizeram descobrir essa rica herança quando da minha recente viagem àquele país. Gostaria de partilhar convosco fotografias de algumas dessas riquezas. No que respeita aos acontecimentos históricos que ligaram Portugal e a Etiópia, não existem monumentos como testemunho; são factos que somente fazem parte da memória colectiva do país e se encontram mencionados nos livros de história.
A primeira ponte portuguesa – na realidade a primeiríssima ponte construída em Africa digna de se considerar uma ponte – foi construída em 1620 no caminho que leva às Quedas do Nilo Azul. Levei cerca de 45 minutos, sempre a subir por caminhos pedregosos e de piso irregular, para chegar ao cimo da colina, tendo sido ajudada em grande parte do percurso por um dos jovens etíopes que acompanhavam o nosso grupo. Mas valeu a pena, perante a magnífica vista das cascatas fumegantes do Nilo Azul. Ao lançarem-se em cachoeira pelos pinhascos, as águas do rio parecem fumegar, pelo que os habitantes da região lhes chamam “Tis Isat” , que significa “lume fumegante”.
Ponte portuguesa, Etiópia
Quedas do Nilo Azul, Etiópia
Situada na garganta do Nilo Azul, a cerca de 50 quilómetros abaixo da nascente do rio no Lago Tana, encontra-se uma outra ponte construída pelos Portuguesas. Os materiais foram pedra, areia, cal e ovos!! Sim, sim, ovos, que antigamente eram usados para dar elasticidade nas juntas. Esta ponte era destinada à passagem de pessoas e burros unicamente; sofreu rupturas e reparações em diversas ocasiões – daí chamarem-lhe "ponte partida" – mas depois da derrota italiana durante a Segunda Guerra Mundial, nunca mais foi reparada convenientemente. A população local ainda a utiliza porém, pois assim evitam o longo caminho até à ponte mais próxima: ligando várias cordas umas às outras por meio de nós e com 6 homens de cada lado a puxar, uma a uma as pessoas conseguem atravessar a fenda existente na ponte.
O complexo de Gondar, composto de castelos e outros edifícios, foi iniciado durante o reinado do imperador Fasilidas (1632-67), que para ali mudou a capital da Etiópia, e continuado depois pelos seus sucessores. A influência portuguesa está bem visível na arquitectura dos edifícios.
Castelo de Fasilidas, Gondar, Etiópia
Castelo de Fasilidas (porta), Gondar, Etiópia Castelo de Fasilidas (janela), Gondar, Ethiopia


Fasil Ghebi

Na Galipedia, a Wikipedia en galego.

Patrimonio da Humanidade - UNESCO

Fasil Ghebi

Vista do palacio de Fasilidas

Castelo de Fasilides.
A cidadela de Fasil Ghebi na cidade etíope de Gondar, é un recinto real amurallado do século XVII dende onde os emperadores de Etiopía reinaron o imperio. En 1979, foi declarada Patrimonio da Humanidade pola Unesco xunto con outros monumentos da cidade e proximidades. Fasil Ghebi é un exemplo dun estilo particular de arquitectura, chamado estilo de Gondar, no que, sobre unha base local árabe integráronse as influencias do estilo barroco europeo, introducido polos misioneiros portugueses, e as técnicas arquitectónicas indias da cocción do cal, aportadas polos mestres construtores chegados de Goa.

O recinto real de Fasil Ghebi está rodeado por unha muralla de novecentos metros de lonxitude, con doce portas e dúas pontes. No seu interior agrúpanse varios edificios históricos:
O castelo de Fasilides, edificio de base rectangular flanqueado nas esquinas por catro torreóns redondos rematados por pequenas cúpuclas, que constitúe a obra cume do estilo de Gondar
O castelo do emperador Iyasu, o edificio máis alto de Gondar, construído entre 1682 e 1706
A chancelaría e a biblioteca de Tzadich Yohannes, dous pabellóns anexos ao castelo de Fasilides
O salón de banquetes
A tumba do cabalo do rei Fasilides
Tres igrexas, entre as que destaca a capela de San Antonio, con pinturas murais
Cuadras

Ademais de Fasil Ghebi, tamén se incluíron no Patrimonio Mundial:
A abadía de Debre Berhan Selassie, coa súa igrexa circular decorada con pinturas, a 1200 m ao nordeste de Fasil Ghebi
Os baños de Fasilides, un palacio de varios pisos nun estanque dentro dun extenso terreo de recreo, onde anualmente se celebra a cerimonia de bendición do baño, a 1500 m ao noroeste
A igrexa de Kuddus Yohannes, a 1500 m ao oeste
O complexo de Qusquam, construído pola Emperatriz Mentuab no século XVIII, a 3000 m ao noroeste, que inclúe unha igrexa redonda e o palacio de Mentuab, construído entre 1730 e 1755, que recorda ao Renacemento europeo
O mosteiro de Mariam Ghemb, chamado Socinios
O palacio de Guzara

A pesares do terremoto de 1704, da guerra civil do século XIX, da decadencia da cidade ao perder a capitalidade do imperio, e dalgunhas desafortunadas reconstrucións realizadas polos italianos durante a Segunda Guerra Mundial, o estado de conservación dos edificios é bastante bo


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