sexta-feira, 9 de setembro de 2011

ANGOLA-LUANDA, MAIS MANIFESTANTES PRESOS

Mais detenções em Luanda

Polícia impede a tiro manifestação em Angola

08.09.2011 - Por PÚBLICO

No sábado foram reprimidos os protestos contra o Governo de José Eduardo dos Santos (Yves Herman/Reuters)


A polícia angolana impediu a tiro a realização de uma manifestação em frente à embaixada dos EUA, em Luanda, segundo testemunhos ouvidos pela agência Lusa e pelo “Jornal de Notícias”.


Durante a manhã já tinham sido detidas várias pessoas junto ao tribunal onde estão a ser julgados 21 jovens presos no sábado, num protesto contra o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

"Há um grande aparato [policial] que foi reforçado e dá para ver que estão a prender pessoas", disse à Lusa o advogado David Mendes.

“Muita agitação em Luanda. Tenho notícia de várias prisões de elementos ligados ao Bloco Democrático”, escreveu no Facebook o escritor José Eduardo Agualusa. Ouvido pela TSF, também o jornalista Alexandre Neto, da rádio Voz da América confirmou que as autoridades detiveram algumas pessoas, incluindo o líder da Juventude da UNITA, o principal partido da oposição.

Alexandre Neto confirmou ainda a existência de “tumultos”. Na sala de espera do tribunal a aguardar ser chamado como testemunha, este jornalista adiantou que a área em redor do edifício onde está a ser feito este julgamento esteve “cercada e isolada”. Para além disso, algumas ruas foram fechadas.

Sobre os jovens que estão a ser julgados, Neto disse acreditar que foram mal tratados: “Têm escoriações e adesivos por tudo quanto é parte. Têm partes ensanguentadas e há jovens com gesso. Prevalecem os sinais de agressão física”.

No sábado, para além de manifestantes foram agredidos jornalistas, incluindo membros de uma equipa da RTP, cujo equipamento foi danificado.

O desfile, em que se reclamava a democratização do país e a saída do poder de José Eduardo dos Santos, foi autorizado. A violência terá começado quando parte dos participantes se desviaram do itinerário previsto e procuraram dirigir-se ao palácio presidencial para exigirem a libertação de um companheiro detido antes do início do protesto, que começou na Praça da Independência.

A organização Human Rights Watch afirma que pelo menos 30 detidos continuam incontactáveis e com paradeiro desconhecido.

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