Afinal onde está a oposição? No PSD
06 Setembro2011
Camilo Lourenço - camilolourenco@gmail.com
Marques Mendes, ex-líder do PSD, criticou o Governo por ter subido impostos sem tomar qualquer medida para estimular a economia.
Marques Mendes, ex-líder do PSD, criticou o Governo por ter subido impostos sem tomar qualquer medida para estimular a economia. Manuela Ferreira Leite também criticou a subida de impostos e a redução dos benefícios fiscais (esta última medida, curiosamente, tinha sido tomada pelo anterior governo).
Foi o que bastou para que o discurso do PSD começasse de imediato a mudar. Primeiro foi Passos Coelho, que andava muito calado, a dizer que desafia "qualquer um a dizer que tem uma solução diferente para o défice". Depois foi o Ministério da Economia a dizer que as pequenas empresas que tiverem contraído crédito através do PME Investe podem ficar um ano sem amortizar esses mesmos créditos (nesse período só pagam juros).
No governo jura-se que uma coisa não tem a ver com a outra. Mas tem. O executivo começa a sentir-se incomodado com a oposição que vem, imagine-se… do próprio PSD (na 6ª feira, no Parlamento, o deputado do CDS João Almeida também se mostrara desagradado com o aumento de impostos sem corte de despesa). O que mostra duas coisas: a ineficácia da oposição feita pelo PS (confirma-se que os eucaliptos secam tudo à sua volta…); as duvidosas convicções do Governo.
O primeiro problema vai demorar a resolver, tal é o défice de credibilidade que Sócrates deixou ao PS (o que é grave porque o país precisa de oposição credível). O segundo não é menos grave: confirma que o governo acusou o toque da insatisfação interna. Se estivéssemos a meio da governação, compreendia-se a reacção. Mas dois meses depois de iniciado o mandato, o episódio levanta dúvidas sobre o que vai o governo fazer quando as coisas realmente "aquecerem".
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