Mais de 80% do emprego criado no trimestre é precário
Margarida Peixoto
18/08/11
Pela primeira vez em três anos o número de empregados aumentou. Contudo, os empresários fugiram das contratações para os quadros.
Mais de 80% dos empregos criados no segundo trimestre deste ano foram precários, mostram os dados revelados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Ainda assim, esta foi a primeira vez em três anos que a economia portuguesa foi capaz de aumentar o número de postos de trabalho. A taxa de desemprego recuou três décimas, para 12,1%.
Desde meados de 2008 que não se registava criação líquida de emprego em Portugal. Ou seja, de trimestre em trimestre e até Março deste ano o número de postos de trabalho criados tinha sido sempre mais baixo do que aqueles que eram destruídos, no mesmo período de tempo. A tendência foi interrompida entre Abril e Junho. Ao contrário do que era já habitual, a economia portuguesa foi capaz de dar trabalho a mais 27 mil pessoas.
Contudo, a grande maioria dos empregos criados foram precários: 80,5% têm por base ou um contrato de trabalho a prazo, ou outro tipo de situação contratual, que não um vínculo definitivo aos quadros da empresa em causa.
Esta situação deverá agravar-se nos próximos meses, já que o programa do Governo prevê que durante um ano os actuais limites à contratação a prazo sejam suspensos. A lei actual impede que os contratos a prazo se prolonguem por mais de três anos, mas como forma de responder "à actual situação de emergência nacional", tal como se lê no Programa do PSD/CDS-PP, o Executivo quer levantar temporariamente este impedimento. Outra ideia é acabar com a diferença entre contratos a prazo e sem termo, estabelecendo um contrato único.
Sem comentários:
Enviar um comentário