segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ELEIÇÕES EM CABO-VERDE

Os cabo-verdianos votaram hoje, num dia com pouca afluência às urnas, na primeira volta para as presidenciais que irão decidir qual será o sucessor do actual chefe de Estado, Pedro Pires, que não pôde candidatar-se a um terceiro mandato.

As assembleias de voto, que abriram com algum atraso, foram fechando progressivamente a partir das 18h00 locais (20h00 em Lisboa) na capital do arquipélago, Praia, indica a AFP com base em informações fornecidas por membros da Comissão Nacional de Eleições.

Durante o dia de hoje a porta-voz da comissão, Maria João Novais, indicou que os resultados desta primeira volta serão conhecidos até quarta-feira.

É preciso que um dos candidatos nesta primeira volta obtenha mais de 50 por cento dos votos para ser declarado vencedor. Se nenhum candidato conseguir obter este resultado, a segunda volta eleitoral será realizada no dia 21 de Agosto, explicou Maria João Novais.

Desconhecem-se ainda as taxas de participação no escrutínio, mas a fraca afluência foi notada por alguns observadores.

A fraca participação foi notada igualmente por Manuel Inocêncio Sousa, candidato do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, socialista), ao qual pertencem igualmente o primeiro-ministro e o chefe de Estado que agora sai do poder.

“Estou tranquilo e confiante na minha vitória. Lamento, porém, a fraca participação”, disse Inocêncio Sousa, de 60 anos, que votou em São Vicente, a segunda ilha mais povoada do arquipélago.

O principal rival de Manuel Inocêncio Sousa é Aristides Lima, de 56 anos, ex-presidente da Assembleia Nacional, que contesta o candidato escolhido pelo PAICV e se apresenta como independente.

Depois de votar na Praia, Lima assegurou que será “o Presidente de todos os cabo-verdianos” e que será igualmente “um factor de estabilidade política” caso seja eleito.

O ex-ministro Jorge Carlos Fonseca, de 60 anos, candidato pelo Movimento para a Democracia (MPD, liberal, principal partido da oposição), assegurou igualmente estar “confiante” numa vitória, apesar de ter perdido as eleições presidenciais em 2001.

O quarto candidato, o ex-combatente de guerra Joaquim Monteiro, de 71 anos, também declarou o seu optimismo ao fazer o V de vitória após ter depositado o seu voto nas urnas.

Nestas eleições, o voto da diáspora cabo-verdiana tem maior peso do que o voto dos habitantes no arquipélago, uma vez que há 700 mil cidadãos a viver no estrangeiro, ao passo que são apenas 510 mil aqueles que habitam nas ilhas.

O Presidente que agora abandona o cargo, Pedro Pires, recusou-se a apoiar explicitamente um candidato.

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