terça-feira, 9 de agosto de 2011

BOLSA DE NOVA IORQUE AFUNDA 7%

Quedas superiores a 5,5 por cento em Wall Street

Bolsa de Nova Iorque afunda com Nasdaq a perder perto de 7%

08.08.2011 - Por Pedro Crisóstomo

O discurso de reacção do presidente Barack Obama ao corte de rating dos EUA não conteve as fortes quedas dos principais índices de Wall Street. Antes pelo contrário: no fecho da sessão, o índice tecnológico Nasdaq foi ao tapete, fechando a derrapar quase sete por cento, enquanto o industrial Dow Jones tombou mais de 5,5 por cento.

Um dia de forte nervosismo nos mercados de capitais em todo o mundo terminou com os principais índices nova-iorquinos a descerem para níveis historicamente baixos. O Nasdaq conheceu mesmo a pior sessão desde 2008, ao fechar com uma quebra de 6,89 por cento que o levou aos 2,357.690 pontos.

Com uma descida pouco inferior terminou o índice Standard & Poor’s 500 Index, que, ao ceder 6,66 por cento do seu valor, terminou nos 1,119.460 pontos. Na mesma trajectória, o Dow Jones, que agrega empresas de base industrial, terminou a resvalar 5,546 por cento (fechando nos 10,809.850 pontos).

Primeiro nas praças asiáticas, depois nas europeias e, mais tarde, nos Estados Unidos e nas bolsas de referência na América do Sul, os investidores reagiram em forte baixa ao corte do rating máximo dos Estados Unidos na sexta-feira e nem as palavras dos líderes mundiais, comprometendo-se com medidas para assegurar a estabilidade financeira mundial, inverteram o sentimento negativo já esperado pelos analistas para esta segunda-feira.

Wall Street abrira já em queda, foi acentuando a escalada negative e os índices de referência afundaram de forma mais expressiva depois de Obama falar à nação para criticar a revisão em baixa da nota da dívida dos Estados Unidos pela agência de notação Standard and Poor’s de AAA para o nível inferior (AA+).

Obama falou quando os mercados europeus já tinham fechado – com quedas entre dois e cerca de cinco por cento – e no discurso não esqueceu a pressão do corte de rating (na sexta-feira) sobre as acções. “Os mercados vão continuar a subir e a cair. Mas somos os Estados Unidos”, declarou Obama.

São Paulo cai 8%, Buenos Aires 10,73%

Os índices de referência nas Américas Central e do Sul fecharam já sob o efeito do discurso de Barack Obama, mas também dos indicadores hoje revelados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) dando conta de um abrandamento da actividade económica mundial.

Uma conjugação de factores que, no caso do Brasil, a economia que mais desacelerou, terá pesado para o tombo de 8,08 por cento do principal índice da bolsa de São Paulo. Ao cair para 48.668 pontos, a desvalorização do Bovespa representa a maior descida percentual do índice desde Outubro de 2008, segundo refere o site do Folha de São Paulo.

Na Argentina, o recuo chegou aos dois dígitos. Buenos Aires terminou com Merval a ceder uns expressivos 10,73 por cento, quase o dobro da queda registada no principal índice mexicano (de 5,88 por cento).

No índice de referência peruano, em Lima, observou-se uma queda de 7,03 por cento no fecho da sessão, em linha com a perda da bolsa de Santiago, no Chile, que abrandou 6,96 por cento.

crise americana

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