Fed baixa previsões de crescimento e EUA já não vão crescer mais de 3% em 2011
22 Junho 2011 |
Diogo Cavaleiro - diogocavaleiro@negocios.pt
Reserva Federal norte-americana reduz perspectivas de crescimento para a maior economia do mundo pela segunda vez em 2011, mas indica que desemprego será mais alto do que o esperado. Taxa de juro permanecerá entre 0% e 0,25% nos próximos meses, mas poderá ser elevada ainda este ano.
A Reserva Federal norte-americana (Fed) baixou as previsões para o crescimento económico dos Estados Unidos da América. Naquela que é a segunda vez que há uma revisão das estimativas para a expansão norte-americana neste ano, a Fed revelou que não espera que os EUA cresçam acima de 3% em 2011.
De acordo com as estimativas dos governadores da Fed, os EUA devem crescer a um ritmo entre 2,7% e 2,9% este ano. A previsão anterior apontava para uma evolução entre 3,1% e 3,3%.
Para 2012, a Fed espera um progresso entre 3,3% e 3,7%. Há três meses, a expansão prevista seria entre 3,5% e 4,2%. O ritmo de progresso da maior economia do mundo tem sido "frustantemente lento", um advérbio que Bernanke tem utilizado várias vezes nas últimas declarações. Os "ventos contrários" poderão ser mais fortes do que o previsto, considerou.
Também a taxa de desemprego sofreu alterações nas previsões de Junho. Se em Abril se projectava uma taxa de desemprego média entre 8,4% e 8,7%, esse número sobe agora para taxas entre 8,6% e 8,9%. Para o ano seguinte, a subida na taxa de desemprego passa de um leque entre 7,6% e 7,9% para 7,8% e 8,2%.
Nas palavras de Ben Bernanke, que fazia declarações na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de governantes da Fed, a queda nesta taxa tem sido igualmente "frustantemente lenta". E uma adaptação a valores considerados mais "normais" será igualmente conseguida a um ritmo brando.
O presidente da Reserva Federal norte-americana declarou ainda hoje que a autoridade monetária poderá actuar no mercado caso as condições económicas o justifiquem. Neste momento, a recuperação económica acontece a um "ritmo moderado".
"Nós estaremos preparados para tomar acções adicionais", declarou Bernanke. O presidente da Fed diz, por exemplo, que poderão ser feitas "novas compras de títulos".
Além disso, a Reserva Federal tem ainda formas de estimular a economia que ainda "não foram testadas", o que alarga a margem de acção caso a autoridade precise efectivamente de intervir novamente.
Hoje, a Fed anunciou que o programa de aquisição de obrigações vai acabar mesmo em Junho, como previsto, mas anunciou que vai manter os estímulos monetários recorde para que a economia recupere.
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