sexta-feira, 1 de abril de 2011

FINANCIAL TIMES E A ANEXAÇÃO DE PORTUGAL PELO BRASIL


Colunista do FT explica proposta de anexação de Portugal pelo Brasil

Depois das reacções irritadas recebidas pelo jornal, um colunista do Financial Times defendeu as razões que o levaram a propor a 'anexação' de Portugal pelo Brasil como solução para os problemas de dívida de Portugal. "Era um texto muito curto. Pretendia ser um pouco humorístico. Era uma sugestão pouco convencional e, com certeza, não tinha a intenção de ofender a nação ou o povo português", explicou Edward Hadas, um dos escritores por trás da influente coluna, num vídeo disponibilizado hoje no site do jornal económico britânico Financial Times.


O texto, com o título "Portugal e Brasil: inversão de papéis", apresentava a proposta de "anexação" da antiga potência colonial pela antiga colónia, actualmente um gigante emergente, mas logo em seguida admitia que a nação europeia "seguramente não gostaria de perder estatuto".


A coluna provocou muitos comentários de leitores portugueses, muitos deles ofendidos com o texto e afirmando que, seguindo a mesma lógica, a Grã-Bretanha poderia tornar-se uma "província indiana". "O que pretendíamos é destacar as diferenças sobre como funciona o mundo actualmente", explicou Hadas no vídeo, no qual conversa com o principal responsável pela coluna, John Authers. "O Brasil é muito mais pobre que Portugal, per capita, mas é uma economia muito maior", explicou. "Poderia administrar o problema português absorvendo a sua dívida dentro do país", acrescentou, lembrando que Portugal representaria apenas 10% do Produto Interno Bruto (PIB).


De visita a Portugal, a presidente do Brasil, Dilma Roussef, assim como o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmaram ontem que o país está disposto a ajudar Portugal. "Estamos a estudar a melhor maneira de participar na recuperação da economia portuguesa. As nossas equipas têm um diálogo permanente e fluente sobre esta questão", declarou Dilma Rousseff numa entrevista ao jornal Diário Económico. "Uma das possibilidades é a compra de uma parte da dívida soberana portuguesa", destacou a presidente, que também mencionou a análise de "outras alternativas", como "a compra antecipada de títulos brasileiros actualmente nas mãos do governo português".


@SAPO/AFP

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