quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

MANUEL AMADO, O "VERMEER" PORTUGUÊS


Manuel Amado . Exposição . Pintura
Título
Encenações

Conteúdo
40 inéditos recentes
Óleo sobre tela
Tema
Encenações introduzidas na vida real criando, por vezes, atmosferas de índole surrealista.
Inauguração
13 de Janeiro às 19.30h (Apenas para convidados)
Local
Sociedade Nacional de Belas-Artes
Rua Barata Salgueiro, 36, 1250-044 Lisboa
Tel. 213 138 510
www.snba.pt
De 14 de Janeiro a 15 de Março de 2011.
Das 14 às 20 horas. Encerra Domingos e feriados.
Entrada livre

O Millennium bcp é o patrocinador deste acontecimento.
Promove a edição de um catálogo com 40 obras reproduzidas a cores.
O texto crítico é da autoria de Nuno Júdice.
"Na série de quadros que nos são apresentados, o pintor faz uma dupla citação: uma citação das suas séries relativas a cidades, a jardins, a praias, a interiores; e uma citação das figuras recortadas da sua série teatral. Não se trata de uma colagem nem de uma sobreposição mas de um encaixamento, no sentido das mots-valises do futurismo e, depois, do surrealismo, em que duas realidades se interpenetram sem se anularem criando uma terceira realidade, mais complexa porque abrindo a visão a um nível superior ao que estamos a ver. A verdade, retomando a referência a Derrida, não é apenas uma afirmação mas também, e sobretudo, uma interrogação, como a que surge no Evangelho: O que é a verdade?
A resposta será, antes de outra coisa, a de que a verdade é a interrogação sobre o que pensamos ser a verdade.
O quadro para Manuel Amado é o objecto dessa interrogação. O seu ponto de partida é o mundo que o olhar percorre; mas ao ser captado, o que vemos não é esse suposto real que se sabe efémero a partir do instante em que o tempo do olhar o percorre - e nesse tempo encontra-se o do próprio homem, com a sua natureza precária no plano individual, para não falar do plano das próprias civilizações que Valéry declarou serem mortais. (...) Trata-se, portanto, de uma dissociação que faz nascer uma temporalidade no espaço do quadro, um antes - esse fundo que surge como citação da
obra anterior do pintor - e um depois, que é dado pela introdução do recorte que faz nascer essa cena teatral. E é esta a grande revolução introduzida por esta nova série: uma arte que situa no futuro a sua leitura, nesse pós-quadro em que o espaço cénico se irá animar, e o desfecho do que, no presente, se pode identificar com o abrir do pano."

Nuno Júdice, excertos do texto do catálogo

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