quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

BPN - LUCROS DE 140% - NEGÓCIOS DE DROGA, ARMAS, PROSTITUIÇÃO?


À medida que os dias passam e as suspeitas se avolumam, há perguntas que é necessário repetir ao actual presidente da república.

Sabemos que não responderá, escondido na sua pretensa honestidade, acusando todos os que têm legítimas dúvidas, de campanha suja, MAS NÃO DEIXAREI DE AS FAZER.

O que me intriga, e a todos os portugueses, é porque este ex-primeiro ministro, ex-ministro das finanças, ex-presidente do PSD, um dos responsáveis pela crise em que Portugal mergulhou, insiste em alimentar a polémica à volta do banco BPN. Porque não acaba de vez com as dúvidas?

O candidato, ainda presidente da república, que não esqueça que é o bom nome do país, mais do que o seu, que está em causa. Ao alimentar este tipo de suspeições emporcalha o nome de Portugal.

Quem não deve não teme, diz a sabedoria popular!

Explique-se, não alimente esta dúvida que envergonha os portugueses, já tão descrentes dos políticos que os representam. Não nos obrigue, com o seu intrigante silêncio, com as suas desculpas mal formuladas, a acreditar que o mais alto magistrado da nação se envolveu nos jogos sujos da especulação: será o suicídio político desta democracia.

A quem é que Cavaco e a filha compraram, em 2001, 254 mil acções da SLN, grupo detentor do BPN?
O PR disse há tempos, em comunicado, que nunca tinha comprado nada ao BPN, mas «esqueceu-se» de mencionar a SLN, ou seja, o grupo que detinha o Banco.
Como as acções da SLN não eram transaccionadas na bolsa, a quem é que Cavaco as comprou?
À própria SLN?
A algum accionista?
Qual accionista? (Sobre este ponto, ver adiante.)
Como é que foi fixado o preço de 1 euro por acção?
Atiraram moeda ao ar?
Consultaram a bruxa?
Recorreram a alguma firma especializada?
Curiosamente, a transacção foi feita quando o BPN já cheirava a esturro, quando o Banco de Portugal já «andava em cima do BPN», ao ponto de Dias Loureiro (amigo dilecto de Cavaco e presidente do Congresso do PSD), ter ido, aliás desaconselhado por Oliveira e Costa, reclamar junto de António Marta, como este próprio afirmou e Oliveira e Costa confirmou.
Cavaco pagou?
E se pagou, fê-lo por transferência bancária, por cheque ou em cash? É importante saber se há rasto disso.
Passaram dois anos.
Em carta de 2003 à SLN, Cavaco alegadamente «ordenou» a venda das suas acções, no que foi imitado pela filha. Da venda resultaram 72 mil contos de mais valias para ambos. Presumo que essas mais valias foram atempadamente declaradas ao fisco e que os respectivos impostos foram pagos. Tomo isso como certo, nem seria de esperar outra coisa.
Cavaco não podia «ordenar» a venda das acções (como disse atrás, não transaccionáveis na bolsa), mas apenas dizer que lhe apetecia vendê-las, se calhasse aparecer algum comprador para elas. A liquidez dessas «poupanças» de Cavaco era, com efeito, praticamente nula. Mas não é que o comprador apareceu prontamente, milagrosamente, disposto a pagar 1 euro e 40 cêntimos de mais valia por cada acção detida pela família Cavaco, quando as acções nem cotação tinham no mercado.
E quem foi o benemérito comprador, quem foi?
Com muito gosto esclareço, foi uma empresa chamada SLN Valor, o maior accionista da SLN.
Cito o Expresso online:
«Cavaco Silva e a filha deram ordem de venda das suas acções, em cartas separadas endereçadas ao então presidente da administração da SLN, José Oliveira Costa. Este determinou que as 255.018 acções detidas por ambos fossem vendidas à SLN Valor, a maior accionista da SLN, na qual participam os maiores accionistas individuais desta empresa, entre os quais o próprio Oliveira Costa.»
Ou seja, Oliveira e Costa praticamente ofereceu de mão beijada 72 mil contos de mais-valias à família Cavaco. E se foi Oliveira e Costa também a fixar o preço inicial de compra por Cavaco, então a coisa é perfeitamente clara.
Que terá acontecido entre 2001 e 2003 para as acções de uma empresa que andava a ser importunada pelo Banco de Portugal terem «valorizado» 140 %?
Falta, neste ponto, esclarecer várias coisas, a primeira das quais já vem de trás:
1. a quem comprou Cavaco e a filha as acções?
2. terá sido à própria SLN Valor, que depois as recomprou?
3. porque decidiu Cavaco vendê-las? Não tendo elas cotação no mercado, Cavaco não podia a priori esperar realizar mais-valias.
4. terá tido algum palpite, vindo do interior do universo SLN, só amigos e correligionários, para que vendesse, antes que a coisa fosse por água abaixo?
5. terá sido cheiro a esturro no nariz de Cavaco? Isso é que era bom saber!
6. porque quis a SLN Valor (re)comprar aquelas acções? Tinha poucas?
7. como fixou a SLN valor o preço de compra, com uma taxa de lucro bruto para o vendedor de 140% em dois anos, a lembrar as taxas praticadas pela banqueira do povo D. Branca?
E já agora, se Cavaco Silva é tão preocupado com a pobreza e a inclusão dos cidadãos mais desvalidos, por que não aufere apenas o ordenado de Presidente da República?!
Será porque é mal pago e tem que acumular com as reformas de professor, do Banco de Portugal e de primeiro-ministro?!
Se estivesse sinceramente preocupado com os pobres e a recuperação das finanças do Estado, não deveria e poderia dar o exemplo e renunciar às reformas enquanto estivesse no activo?! Antes do Governo do dito senhor era assim, só se auferiam as reformas depois de deixar completamente o activo e os descontos eram englobados e pagas numa única prestação!
Que espera o professor para dar um exemplo de Catão como é o do seu apoiante Ramalho Eanes, o único que renunciou ao pagamento de muitos milhões que o Estado lhe devia?
Afinal o dinheiro de todos e que é dos nossos impostos tem um valor muito diferente, consoante a moral dos governantes sérios e dos que se governam …
Por hoje não tenho mais sugestões de perguntas à comunicação social.

Uma última pergunta.
Cavaco não achou estranha uma mais-valia de 140%? Que negócio honesto dá um lucro tão grande em 2 anos?

Todos sabemos que apenas os negócios de droga, prostituição e armas são tão lucrativos.
Qualquer homem de bem, professor de economia, impoluto, previdente, desconfiado, recusaria participar em tão grande trafulhice. Ainda por cima com as ambições políticas que Cavaco acabou por revelar.
Ou Cavaco esclarece o que se passou, e será objecto do nosso julgamento, ou se demite e vai para um qualquer paraíso, à semelhança de Dias Loureiro, gastar os 140% .
Caso contrário, seremos mais um dos países da América Latina ou de África, onde os políticos são a ponta do icebergue do sobmundo do crime, para desgraça das populações.
AOC

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