quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

EU RENUNCIO


Neste momento de aflição em que todos temos de dar as mãos e deixar de olhar só para o nosso umbigo, correspondo ao apelo de quem nos governa e de quem apoia quem nos governa, faço pública parte da lista do que o Estado criou e mantém, para minha felicidade, e de que estou disposto a, patrioticamente, prescindir.


Assim:


Renuncio a boa parte dos institutos públicos criados com o propósito de me servir;

Renuncio à maior parte das fundações públicas, privadas e àquelas que não se sabe se são públicas se privadas, mas generosamente alimentadas para meu proveito, com dinheiros públicos;

Renuncio a ter um sector empresarial público com a dimensão própria de uma grande potência, dispensando-me dos benefícios sociais e económicos correspondentes;

Renuncio ao bem que me faz ver o meu semelhante deslocar-se, no máximo conforto de um automóvel de topo de gama, pago com as minhas contribuições para o Orçamento do Estado, e nessa medida estou disposto a que se decrete que administradores das empresas públicas, directores e dirigentes dos mais variados níveis de administração, passem a utilizar os meios de transporte que o seu vencimento lhes permite adquirir;

Renuncio à defesa dos direitos adquiridos e à satisfação que me dá constatar a felicidade daqueles que, trabalhando metade do tempo que eu trabalhei, garantiram há anos uma pensão correspondente a 5 vezes mais do que aquela que eu auferirei quando estiver a cair da tripeça;

Renuncio ao PRACE e contento-me com uma Administração mais singela, compacta e por isso mais económica, começando por me resignar a que o governo seja composto por metade dos ministros e secretários de estado;

Renuncio ao direito de saber o que propõem os partidos políticos nas campanhas, pagas com milhões e milhões de euros, que o Estado para eles transfere, conformando-me com a falta de propaganda e satisfazendo-me com a frugalidade da mensagem política honesta, clara e simples;

Renuncio ao financiamento público dos partidos políticos nos actuais níveis, ainda que isso tenha o custo do empobrecimento desta democracia, na mesma mesmísisma medida do corte nas transferências;

Renuncio ao serviço público de televisão e aceito, contrariado, assistir às mesmas sessões de publicidade na RTP, agora nas mãos de um qualquer grupo privado;

Renuncio a mais submarinos, a mais carros blindados, a mais missões no estrangeiro dos nossos militares, bem sabendo que assim se põe em perigo a solidez granítica da nossa independência nacional e o prestígio de Portugal no mundo;

Renuncio ao sossego que me inspira a produtividade assegurada por 230 deputados na Assembleia da República, estando disposto a sacrificar-me apoiando - com tristeza - a redução para metade dos nossos representantes.

Renuncio, com enorme relutância, a fazer o percurso Lisboa-Madrid em 3h e 30m, dispondo-me - mesmo que contrariado mas ciente do que sacrifício que faço pela Pátria - a fazer pelo ar por metade do custo o mesmo percurso em 1 h e picos, ainda que não em Alta Velocidade.

Renuncio a mais auto-estradas, conformando-me, com muito pena, com a reabilitação da rede nacional de estradas ao abandono e lastimando perder a hipótese de mudar de paisagem escolhendo ir para o mesmo destino entre três vias rápidas, todas pagas com o meu dinheiro, para além de correr o triste risco de assistir à liquidação da empresa Estradas de Portugal.

Seria fastidioso alongar-me nas coisas que o Estado criou para o meu bem estar e que me disponho a não mais poder contar. E lanço um desafio aos leitores: renunciem também! Apoiemos todos, patrioticamente, o governo a ajudar o País nesta hora de aflição.

Portugal merece
.

É verdade, e seria com certeza outro o nosso país, se no desempenho de cargos públicos, não houvesse "parasitas", com ordenados milionários e outras mordomias, para além de pensões de reforma(s) que já têm do Estado!!!

Os políticos portugueses que aprendam com os sistemas democráticos da Inglaterra, Dinamarca, Suécia, etc, que não permitem salários salários desmesurados, nem a acumulação de pensões, nem "tachos" e outras mordomias à custa dos impostos dos contribuintes.O que se passa em Portugal é uma vergonha. Lembra o tempo do fascismo!!!


OS BONS EXEMPLOS VÊM DE CIMA.

MAS COMO ALTERÁ-LO, SE O AUTOR DESTE "SISTEMA" E MAIS ALTO MAGISTRADO DA NAÇÃO (O "PAI DO MONSTRO"), ACUMULA O ORDENADO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA COM AS 3 REFORMAS DO ESTADO, QUE JÁ TEM?

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