quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O RIDÍCULO DE RUI RIO

Não sei se existe no Porto uma rua Georges Zbyszewsky (1908-1999). Em Lisboa existe e é uma dor de cabeça para moradores e taxistas. Mesmo assim, a cidade homenageou-o. Foi um geólogo ilustre, trabalou em Portugal e viveu cá parte da sua vida. Mas o Porto também é uma nação e, embora José Saramago seja um nome bem mais pronunciável do que Zbyszewsky, não serve para nome de frua. Trata-se daquele escritor de projecção mundial que, por acaso, é o único Nobel português. Mas não tem especial ligação à cidade, pelo que, diz Rui Rio, a Comissão de Toponímia, uma espécie de soviete supremo que, pelos vistos, manda na Câmara, não aceitaria Saramago. E Rio disz isto, ou escreve, sem que, até agora, haja notícia de ter corado de ridículo.

(Texto de Fernando Madrinha publicado no semanário Expresso em 31 de Julho de 2010)

Meu comentário:
Enquanto Saramago ficará para a História como um gigante, Rio será ridicularizado pelo seu ananisno intelectual. O autarca esquece-se que, mais dia menos dia, a cidade do Porto, como muitas outras mais, terá uma rua Saramago e que, então, passará ao lado dos festejos. O Presidenta da Câmara Municipal não percebe que o seu sectarismo prejudica a bela e nobre cidade do Porto, fazendo-a parecer provinciana, conservadora, bafienta, triste, recalcada, invejosa.

Nem parece que foi no Porto que D.Pedro IV de Portugal, primeiro do Brasil, lutou pela liberdade e modernidade de país, contra o abolutismo de D. Miguel, agarrado aos valores obscuros de uma monarquia envelhecida e falha de perspectivas.

Decididamente, Rui Rio não é herdeiro dos valores de tolerância de Pedro, rei e imperador, que pediu para, quando morresse, o seu corpo fosse enterrado no Brasil mas o coração ficasse no Porto.

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