No seu território, a América autorizou offshore e driling, caso do Golfo do México, e autorizou-o a grandes profundidades submarinas. Onde o homem não chega nem pode trabalhar.
A América quer, deseja, com voracidade imensa e parco sentido da realidade, petróleo para os seus SUV e os seus Escalades e Hummers. E quer petróleo a qualquer preço. Invadindo países do Médio Oriente, apertando ditadores ao peito, promovendo alianças espúrias, desencadeando guerrilhas "de libertação", praticando uma política externa que torna o crude o símbolo dos interesses americanos.
Quanto ao desastre ecológico, o maior de sempre na história americana, convém recordar que no delta do Níger, nas florestas tropicais do Equador e da Indonésia, entre outros lugares, a ExxonMobil, a par com a sua colega Chevron, têm causado danos ambientais continuados a tribos e populações que vivem nas zonas de exploração, e tem provocado desastres ambientais superiores ao do Golfo do México. No Equador foram despejados 18 mil milhões de galões de águas pós-residuais tóxicas na floresta, destruindo um ecossistema. Custo da limpeza depois de uma acção do Equador? 27 mil milhões. Na Indonésia, a ExxonMobil aparece envolvida em crimes ambientais e desrespeito dos direitos humanos, unindo-se a forças de segurança locais que, em conluio com autoridades corruptas, aprisionam e matam todos os que se opõem à exploração. O mesmo acontece no delta do Níger, onde a aliança entre petrolíferas e o venal Governo nigeriano tem servido para reprimir as populações que viram o seu modo de vida afectado, a pesca, a agricultura, e subvivem no meio de labaredas e uma mancha tóxica que alastra pela paisagem. Rios negros, árvores mortas, águas,animais e pessoas envenenadas...
No Golfo do México, os congressistas clamam por vingança e armam-se em vítimas. Em África e no resto do mundo, apoiam o invisível vilão.
(excertos de um texto de Clara Ferreira Alves publicado na Revista Única em 26-06-2010)
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