(Texto retirado de um comentário do blogue "O Mundo da Verdade")
O CAMALEÃO
Há algum tempo que leio o seu blogue. Acho-o interessante. Contudo, nunca me atrevi a entrar nele. Hoje decidi-me.
A sua arriscada viagem a Moçambique já lá vai. Vejo, porém, que não desiste do perigo. Teima, agora, em privar com o Alberto João da Madeira. Aflige-me vê-lo em tão má companhia. Aliás, ultimamente, anda muito imprudente. Conviveu com leões, hipopótamos, antílopes, rinocerontes, na Gorongosa, vai espreitar o grande predador da Madeira e não enxerga um miserável camaleão.
Acredite, meu amigo, pior que os Reis de todas as Selvas só o “leão da terra”, termo grego para o camaleão.
Claro que este lagarto não mata com a violência dos incisivos, com a cupidez das manápulas corruptas, contenta-se em violentar as presas com a falsidade do seu comportamento. A sua técnica é a astúcia, a volubilidade, a camuflagem. O camaleão é um VALENTE mentiroso e sublinho VALENTE porque a todos consegue enganar. Senão vejamos.
Usa o mimetismo da cor, a língua longa, rápida e pegajosa para agarrar os incautos. Não urra e por isso ninguém dá por ele. Vem subtilmente como os traidores, a cauda preênsil equilibrando-lhe os movimentos lentos, os olhos calculando o momento da refeição, para devorar as vítimas.
O camaleão nem as fêmeas conhece, é um solitário que apenas no acasalamento desce do pedestal a que se julga com direito. Agressivo com os da sua espécie, nem os filhos conhece no momento da partilha.
Politicamente, não se sabe se o camaleão é de esquerda ou direita. Ontem foi Verde, hoje é Vermelho, mas amanhã, consoante a oportunidade, pode ser Rosa, Laranja e até Azul. Há exemplos de camaleões que chegaram a vestir as Camisas Castanhas de Hitler e as Camisas Negras de Mossulini.
Em África, na Gorongosa, os camaleões são afastados do caminho pelas maldições que podem trazer à tribo, na Amazónia, alguns índios comem-nos.
Agora, não se deixe comer por este sáurio.
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Conheço este camaleão. É do piorio. Engana toda a gente. Trabalhei com ele.
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