quinta-feira, 20 de junho de 2013

SAIR DO EURO - MILHARES DE PORTUGUESES JÁ O FIZERAM, EMIGRARAM

Sair do euro ou tornar economia mais eficiente

20/06/13 00:30 | Diário Económico


Se Portugal saísse do euro, apesar das dificuldades actuais, seria uma catástrofe, dizem vários economistas. Além do desastre económico, existem algumas incógnitas.
Em primeiro lugar, não está prevista a saída de países da zona euro, os tratados apenas prevêem a saída da União Europeia, pelo que a saída do euro acarretaria a saída da UE. Além disso, uma saída negociada ‘a priori' é impossível, porque teria de ser uma surpresa e, como se sabe, não existem segredos partilhados por muita gente, pelo que uma eventual saída teria todas as condições para correr mal.
Estas são as principais conclusões da conferência sobre o futuro de Portugal no euro que ontem se realizou. Isto apesar da certeza manifestada por João Ferreira do Amaral sobre as vantagens da saída rápida de Portugal da moeda única, até porque identifica, a prazo, se o euro estabilizar, um risco de valorização que arruinará por completo as exportações portuguesas e, por consequência, a economia.
Não há dúvida que os intervenientes nos debates estão sinceramente convictos do que dizem e que não se trata de uma questão ideológica, já que as opiniões contra e a favor da saída de Portugal da moeda única se distribuem pela esquerda e pela direita. Mas, para quem olha de fora, um empresário de origem alemã vê a hipótese como "ridícula", até porque, diz, Portugal pode ser a horta de Europa e tem todas as condições para exportar pacotes turísticos e produtos agrícolas e industriais, basta que, ao contrário do que hoje acontece, os procure vender noutros mercados e não espere que os clientes venham até cá.
Outros empresários afirmam que, mais do que sair do euro, Portugal tem de arregaçar as mangas, assumir um rumo, um objectivo, e preocupar-se em captar investimento, nacional e internacional. Para isso será necessário, antes de mais, facilitar os licenciamentos. E exemplificam: uma empresa nacional de pesca tem de esperar vários anos até obter licença para operar em Portugal e se operar a partir de Marrocos - onde as licenças se obtêm em 90 dias - pode fazê-lo de imediato. E os exemplos multiplicam-se. São, afinal, os custos de contexto de que tanto falou Miguel Cadilhe e que continuam a travar fortemente a economia portuguesa.

3 UNIVERSIDADES PORTUGUESAS NO TOP 100 DO TIMES

Três universidades portuguesas em "top 100 "do "Times"


por Pedro Sousa Tavares in Diário de Notícias

                                                                UNIVERSIDADE DE AVEIRO
                                              
A Universidade de Aveiro (66.ª), a Universidade do Minho (76.ª) e a Universidade Nova de Lisboa (92.ª) são as três representantes portuguesas no "Ranking Times Higher Education 100 under 50", que distingue as melhores universidades do Mundo com menos de 50 anos de atividade.

Em comunicado, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) congratula-se com os resultados alcançados pelas instituições portuguesas neste ranking, publicado pela segunda vez no jornal britânico "The Times", lembrando que o desempenho "revela uma representação superior à de outros países europeus de referência" quando estão em causa universidades 'jovens'.
"Portugal é o 10.º país com maior número de universidades (em 28)", refere o CRUP, "Surgindo países como a Dinamarca, a Finlândia, a Holanda e a Noruega com um número inferior".

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O ESTRANHO FENÓMENO PAULO MACEDO

O estranho fenómeno Paulo Macedo

17/06/13 00:31 | Bruno Faria Lopes
 


Deveria levantar um mínimo de suspeita que o ministro da Saúde na era da ‘troika' surja em sondagens como a publicada pelo "Expresso" como o mais popular do governo.
A popularidade nos tempos que correm é sempre relativa, mas Paulo Macedo consegue mais do que não ser extremamente impopular enquanto desbasta centenas de milhões de euros em despesa com Saúde - consegue a adulação quase unânime de editorialistas e de líderes de opinião que, mesmo sem saberem o que realmente se passa na Saúde, vêem neste ministro todas as qualidades políticas que acusam o Governo de não ter. Como explicar o fenómeno Paulo Macedo?
Para ser justo, parte da explicação jaz mesmo nas qualidades do ministro. Correia de Campos, um bom ministro, foi ao Hospital de São João dizer perante os jornalistas que os médicos tinham de lavar as mãos - o ponto era válido, mas a forma valeu mais uns pós de hostilidade da corporação médica. Paulo Macedo não comete erros destes. Faz o que tem a fazer com a discrição possível. Aparece pouco e não gasta créditos em lições de moral, inúteis para quem procura resultados. Liberto de vaidade, Paulo Macedo é um executivo rodeado por uma equipa que, em contraste atroz com o que se passa em tutelas como as Finanças, sabe gerir a mensagem e a comunicação.
Fiel ao perfil, o ministro neutralizou de imediato o lóbi que mais problemas lhe poderia causar: os médicos. Um aumento salarial encapotado em tempo de crise profunda tem chegado para comprar a paz. A desintegração do outro lóbi problemático, o das farmácias (muito devido à saída do perigoso e eficaz João Cordeiro), foi um bónus inesperado. Relativamente liberto das corporações mais pesadas (e adiando a polémica reestruturação da rede de saúde para depois das autárquicas), Macedo colocou a maior parte do peso do ajustamento na Saúde em dois alvos fáceis: a indústria farmacêutica e os doentes. No primeiro caso a tarefa é mais simples, uma vez que o lóbi da indústria é fraco (representa vários interesses opostos, das ‘big pharma' estrangeiras aos genéricos) e as medidas são de carácter administrativo. E no segundo?
Cortar na despesa com medicamentos e tratamentos deveria ser, em teoria, impopular. Com Paulo Macedo não é. O ministro não inventou o racionamento - que se faz em Portugal há anos - mas encarou-o como uma das formas de eleição para reduzir despesa sem protestos. De que se fala quando se fala em racionar? Fala-se em ter quotas apertadas para a prescrição de medicamentos melhores e mais caros em patologias dispendiosas (como a diabetes e o cancro), fala-se em quotas para o número de cesarianas (cada vez mais decididas como último recurso), fala-se em comparar médicos pelo que prescrevem e não pelos resultados, fala-se em escolher quem se trata - fala-se, no fundo, de gerir muitas vezes ao arrepio dos melhores interesses dos doentes, sem que estes o saibam.
Em plena era da ‘troika' o ministro da Saúde nunca deveria ser o mais popular - que Paulo Macedo tenha conseguido tal feito é uma prova das suas qualidades. Mas que o tenha conseguido apesar daquilo que se está a passar na Saúde é uma prova da fraqueza do debate público. A unanimidade mal informada sobre a sua "aura de competência" é perigosa porque afasta o escrutínio. E a gestão concreta de Macedo devia ser mais escrutinada pelos media, pela oposição (sempre distraída pelas taxas moderadoras) e pelas associações de doentes (contentes com as baixas dos preços). Quando Vítor Gaspar corta salários a consequência é fácil de aferir: há menos dinheiro já. Quando Paulo Macedo gere o racionamento o impacto é opaco e só surgirá algures no futuro, na saúde dos portugueses.