quinta-feira, 18 de abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

O POVO DO EURO NÃO SABE DE QUE TERRA É!

PEDRO TADEU

A pergunta a que um dia vamos ter de responder

por PEDRO TADEU
IN DIÁRIO DE NOTÍCIAS



No mesmo dia leio: o Governo grego trabalha para exigir em tribunais internacionais o pagamento pela Alemanha de 162 mil milhões de euros (alegadamente devidos por danos causados na II Guerra Mundial); um novo partido alemão vai concorrer às eleições propondo o regresso ao marco; uma entrevista do multimilionário George Soros defende a saída da Alemanha da moeda única para salvar as economias de países como Itália, Espanha, Grécia e Portugal; um estudo de agosto último, escrito pelo novo ministro Miguel Poiares Maduro, defende a realização de, cito, "genuínas eleições europeias" para dar, finalmente, verdadeira força democrática a reformas que solucionem os problemas desta bizarra união.
Com enorme candura o primeiro-ministro finlandês, Jyrki Katainen, dizia na semana passada, enquanto visitava o nosso país, que "compreendia muito bem" a necessidade de revisão de prazos de pagamento dos empréstimos da troika que Portugal pedia mas, ao mesmo tempo, também os portugueses teriam de perceber como era difícil explicar aos finlandeses, "aos cidadãos comuns", sujeitos a um emagrecimento de três por cento nas despesas do Estado, o motivo "por que tinham de pagar as dificuldades de outros países".
Por seu lado, Passos Coelho anunciou numa conferência de imprensa conjunta com Katainen ter encontrado uma solução para o imbróglio que criou, ao parir quatro normas inconstitucionais no Orçamento do Estado 2013. A coisa foi explicada numa carta enviada, dias antes, à troika: ia criar uma "tabela salarial única" (?!) e fazer convergir a lei laboral e os sistemas de pensões público e privado. Tudo dito lá fora, antes de ser discutido cá dentro.
E nem quero lembrar o contraditório e ideologicamente suicida elogio, comovido, dos liberais que comandam a Zona Euro à memória da prática política de Margaret Thatcher, o mais antieuro dos líderes históricos da Europa.
O que estamos a viver não é, portanto, uma crise de Portugal. O que estamos a viver não é uma crise do euro. O que estamos a viver é uma crise de identidade. É uma desagregação. Os povos não sabem se são nacionais ou se são da União. Está a decorrer a implosão. Literalmente, o povo do euro não sabe de que terra é.
Aos portugueses, inevitavelmente, com o percurso que esta história leva, caberá um dia responder a algo mais do que, simplesmente, continuar, ou não, no euro. Um dia, se nada se passar que inverta esta marcha, teremos de responder a uma simples pergunta: queremos mesmo continuar a ser portugueses?

O MINISTRO GASPAR NÃO FOI AO ENTERRO DE D.CLAUDETE



Gaspar não foi ao enterro de D. Claudete
 


Nicolau Santos
Quinta feira, 7 de fevereiro de 2013



TEXTO



Na terça-feira. D. Claudete, 92 anos, saco de compras na mão, vinda do supermercado, finou-se em  pleno passeio público, com um AVC fulminante.




D. Claudete vivia sozinha. A irmã, um pouco mais nova, está moribunda no hospital há meses. Resta uma sobrinha, desempregada.

Foi ela que tratou do enterro. D. Claudete tinha uma reforma de 200 euros e nenhuma poupança. O subsídio de funeral foi cortado. A sobrinha, sem dinheiro, teve de optar pelo funeral em campa rasa.

No Alto de São João, vai D. Claudete em seu caixão de pinho, quando um funcionário do cemitério tenta pregar um número identificativo no esquife. O homem da funerária impede-o. "O caixão é para devolver", diz. O funcionário acompanha então o escasso cortejo, de quatro pessoas, com um pau na mão e em cima o número identificativo.

O padre, por sua vez, pergunta se as quatro pessoas presentes são católicas praticantes. Nenhuma é. O padre decide então que não vai acompanhar o féretro. Um dos presentes explica ao padre, com alguma irritação, que ele está ali por causa da senhora, católica praticante, e não pelos presentes, e que é sua obrigação acompanhar D. Claudete à sua última morada.

O padre permanece na sua recusa, até que a mesma pessoa lhe pergunta quando custa ir até à campa rasa. 150 euros, responde a santa alma. Recebido o dinheiro, o padre decide-se então a avançar.

Há uma escavadora que vai abrindo buracos, que hão de servir de campas rasas, uns a seguir aos outros. Há terra revolvida e, com a chuva, muita lama. Os sapatos enterram-se na lama que há de cobrir os mortos sem posses.

Chegada à sua última morada, D. Claudete é retirada do caixão e colocada no fundo da campa, através de cordas. O padre, contrariado, lembra que do pó viemos e ao pó voltaremos. Os coveiros cobrem rapidamente de terra D. Claudete. O funcionário espeta o pau com o número da campa de D. Claudete.

Ao lado, outras cinco covas esperam os seus destinatários. A escavadora não para. Paf! Paf! Paf! Contas por alto, só nesse dia havia 45 covas aguardando os donos a quem o progresso da nação não bafejou.

O homem da funerária leva o caixão para futuros interessados. Um amigo da sobrinha desempregada paga parte dos 1100 euros que custa, ainda assim, um funeral em campa rasa.

Está uma chuva miudinha. Os sapatos estão cheios de lama. Os quatro acompanhantes de D. Claudete regressam lentamente à vida. Entre eles, não está o ministro das Finanças, que não foi ao enterro porque não conhecia D. Claudete, nem conhece milhares de outras D. Claudetes que, um dia destes, se vão finar subitamente no passeio público ou em casa na solidão. E que só poderão ser enterradas em campa rasa, porque o subsídio de funeral foi cortado e já nem chega para tanto.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/gaspar-nao-foi-ao-enterro-de-d-claudete=f785411#ixzz2KDLXVgaq


segunda-feira, 15 de abril de 2013

HÁ ALTERNATIVAS À AUSTERIDADE DO GOVERNO!


RECOMENDO A TODOS QUE LEIAM  UM RESUMO DAS PROPOSTAS DADAS À SIC PELO SOCIÓLOGO BOAVENTURA SOUSA SANTOS
 
*Querem melhor receita para sobrevivermos a 2013 ?!...*****


*- Reduzam 50% do Orçamento da Assembleia da República e vão poupar +- 43.000.000,00€
*- Reduzam 50% do Orçamento da Presidência da República e vão poupar +- 7.600.000,00€
*- Cortem as Subvenções Vitalícias aos Políticos deputados e vão poupar +- 8.000.000,00€
*- Cortem 30% nos vencimentos e outras mordomias dos políticos, seus assessores, secretários e companhia e vão poupar +- 2.000.000.00€
*- Cortem 50% das subvenções estatais aos partidos políticos e pouparão +- 40.000.000,00€.
*- Cortem, com rigor, os apoios às Fundações e bem assim os benefícios fiscais às mesmas e irão poupar +- 500.000.000,00€.
*- Reduzam, em média, 1,5 Vereador por cada Câmara e irão poupar +- 13.000.000,00€
*- Renegociem, a sério, as famosas Parcerias Público Privadas e as Rendas Energéticas e pouparão + 1.500.000.000,00€.*

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*Só aqui nestas “coisitas”, o país reduz a despesa em mais de* *2 MIL e CEM MILHÕES de Euros

*Mas nas receitas também se pode melhorar e muito a sua cobrança.

 *- Combatam eficazmente a tão desenvolvida ECONOMIA PARALELA e as Receitas aumentarão mais de 10.000.000.000,00€
*- Procurem e realizem o dinheiro que foi metido no BPN e encontrarão mais de 9.000.000.000,00€
*- Vendam 200 das tais 238 viaturas de luxo do parque do Estado e as receitas aumentarão +- 5.000.000,00€
*- Façam o mesmo a 308 automóveis das Câmaras, 1 por cada uma, e as receitas aumentarão +- 3.000.000,00€.
*- Fundam a CP com a Refer e outras empresas do grupo e ainda com a Soflusa e pouparão em Administrações +- 7.000.000,00€

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*Nestas “coisitas” as receitas aumentarão cerca de VINTE MIL MILHÕES DE EUROS, sendo certo que não se fazem contas à redução das despesas com combustíveis, telemóveis e outras mordomias, por força da venda das viaturas, valores esses que não são desprezíveis.
Sendo assim, é ou não possível, reduzir o défice, reduzir a dívida pública, injetar liquidez na economia, para que o país volte a funcionar?

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*Há, ou não HÁ, alternativas?