O romance " A Especiaria" será lançada em SERPA, no próximo dia 18 de Setembro, na Livraria VOL (ver, ouvir e ler). A apresentação será feita pelo pintor Nuno David. O saxofonista Rafael Alves, com a sua arte e improvisos, animará o espírito dos presentes. O autor, como habitualmente, tecerá algumas considerações sobre a razão ser do livro. Contamos consigo, depois do jantar, para um agradável serão.
Espaço do saxofonista Rafael Alves
Site da Câmara Municipal de Serpa
(Castelo de Serpa)
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Sobre o romance a"Especiaria"
Comecei a ler o teu livro. Primeiro, foi numa viagem de Metro e, quando cheguei à minha estação, só queria continuar. Dei aulas toda a tarde e, de regresso, só queria sentar-me outra vez e ler mais 5 estações. Isto foi na sexta-feira. E ontem e hoje, aos bocadinhos, tenho lido nos intervalos das barbaridades que os meus alunos escrevem. Estou a adorar! É engraçado porque foi uma surpresa. A lembrança que tinha da tua escrita nada tem a ver com esta. E este livro está muito bem escrito, Castro! Com certeza já to disseram. Só te posso dizer que uma história gira, interessante, empolgante, é sempre bom de ler. Mas quando é bem escrita, isso então é que é mesmo um prazer! E, ao mesmo tempo, de vez em quando, numa frase ou outra, suspeito reconhecer-te. É como se te ouvisse.
ISABEL LOUÇÃ
ISABEL LOUÇÃ
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
"A Especiaria" de António Oliveira e Castro
Duas épocas, duas vidas. A História de uma família, a Gesta de dois países unidos pelo acaso calculado de um achamento e pela obstinada preservação de um território indomável.A acção de “A Especiaria” decorre entre os anos 70 do Século XX em plena Guerra Colonial, tendo Angola como cenário e Benguela, um Alferes ao serviço do Exército português, como protagonista, e o ano de 1540, tendo Portugal e um mar revolto por cenários, e Mancini, um mercador Veneziano de passagem por Lisboa, como herói.Flávio Mancini, chega a Lisboa com o intento de apresentar uma proposta de negócio à coroa portuguesa: Detentor de um indómito espírito aventureiro, apresenta ao representante do Rei uma oportunidade de aceder, com o apoio e bênção de Sua Majestade D. João III, a um inigualável tesouro, uma especiaria apenas existente em território colonial português que possuiria propriedades regenerativas únicas, uma espécie de elixir da eterna juventude que o Veneziano lograva alcançar a fim de a comercializar.A sua estada na capital do Reino envolve um conhecimento forçado das “tradições” e noções de divertimento em voga naquele tempo, nomeadamente, o “pão e circo” à portuguesa: O auto de fé. O povo andrajoso e inculto segue o caminho traçado pelos líderes religiosos e políticos, crendo na falácia em que o aparato imenso das fogueiras dispostas à mercê dos seus olhos sedentos é baseado, uma urdidura bem tecida para que não haja a mínima dúvida sobre a culpa dos hereges queimados.Mancini e Ângelo, o seu fiel servidor, contemplam, aterrados, o cenário de horror que os circunda e retiram-se deixando a praça apinhada de gente a viver um dia de feriado.Entretanto, Ester, a serviçal da estalagem onde os dois italianos se encontram hospedados, e entusiasta dos castigos infligidos aos hereges, é arrastada por Mancini na busca do elixir que o Rei português decidira patrocinar e partem na missão que os impele à aventura da descoberta da especiaria que os portugueses, nas suas imensas viagens por terras exóticas e de todos desconhecidas, não haviam descoberto.Os relatos concernentes ao século XVI e a Mancini, são entremeados com a narração referente a Benguela, nascido em Angola, de família angolana de várias gerações, a lutar do lado de uma metrópole distante no espaço e alojada algures num recanto obscuro e pouco explorado do seu coração.Benguela não esconde a sua revolta ante o tratamento de que alguns angolanos são vítimas em fazendas geridas por portugueses e, no caso concreto de Miragaia, um português a quem haviam morto selvaticamente a mulher e a filha, o Alferes não esconde o seu desagrado face à total falta de escrúpulos daquele. A morte de um trabalhador ao serviço de Miragaia, despoleta uma revolta à qual Benguela e Marcelino, irmão do falecido, não eram alheios.Em todos os momentos em que acompanhamos o percurso do Alferes Benguela, está presente a sua hesitação em abrir uma arca guardada na família há inúmeras gerações que encerraria um qualquer sagrado tesouro de família não profanado desde que fora encerrado nessa misteriosa arca por um remoto antepassado.Finalmente, a derrocada do mundo que Benguela conhecera, impele-o a abrir o cofre, como se fosse urgente o contacto com um pedaço de mundo imaculado.Nunca fora tão claro o contraste entre o desabar de um mundo construído ao longo de séculos e o seu fim em poucos anos.Benguela abre o baú e encontra um relato manuscrito do seu antepassado, da sua travessia do deserto após o ruir do seu próprio mundo, da reconstrução, do reerguer de uma identidade julgada perdida.O elixir da eterna juventude é a busca incessante da felicidade.
Publicada por Carla Milhazes Gomes
Publicada por Carla Milhazes Gomes
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Nabucco-Verdi
Descansando e saboreando outros ritmos , outros estilos,ofereço este tema ao autor do livro a "Especiaria"...:)
Comentário de Dr.Nuno Moniz
Meu caro Amigo,
Devo-lhe dizer que o agualusa o definiu na perfeição. Voçê é um contador de histórias.
Em minha opinião, a sua escrita é fortissima e intensa.
Em emoções, sentimentos, cores, cheiros, sons, ... como África.
Gostei muito e fico à espera do próximo.
Na passada semana tive umas mini-férias fora de Lisboa e só hoje vi a sua mensagem.
Espero que a sessão de autografos na Feira do Livro tenha corrido bem.
Um abraço amigo
Nuno Moniz
Devo-lhe dizer que o agualusa o definiu na perfeição. Voçê é um contador de histórias.
Em minha opinião, a sua escrita é fortissima e intensa.
Em emoções, sentimentos, cores, cheiros, sons, ... como África.
Gostei muito e fico à espera do próximo.
Na passada semana tive umas mini-férias fora de Lisboa e só hoje vi a sua mensagem.
Espero que a sessão de autografos na Feira do Livro tenha corrido bem.
Um abraço amigo
Nuno Moniz
terça-feira, 2 de setembro de 2008
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Comentário sobre a "Especiaria"
(Fenda da Tundavala, Lubango- Huíla)
A Especiaria é uma obra daquelas que se lêem de um fôlego. Depois é para reler com calma, saboreando.
A forma de comunicação é rica e perfeita, conseguindo contagiar o leitor com a intensidade de emoções das personagens.
A linguagem é caracterizada pela densidade e diversidade do vocabulário, por um manejo adequado do léxico Português.
A enredo está urdido de maneira engenhosa, com constante chamada a um passado em que prevaleciam as quimeras e ambições individuais ( ainda que tendo tido como resultante uma mutação Histórica colectiva).
O veneziano Mancini, como todos os outros que partiram para distantes Continentes, seguiu em busca da fortuna. Neste caso ser-lhe-ia trazida pelo "o elixir da juventude". Acabou por embrenhar-se em Reinos longínquos, que entretanto se viam invadidos por forças dominadoras. Ao contrário, o jovem Benguela não sonha com a fortuna. Sonha com o "elixir da justiça". Sonha com as utopias de um futuro colectivo novo.
O autor dá-nos em "A Especiaria" a pedra-de-toque para a qualidade do que ultrapassa a mesquinha redoma de interesses do quotidiano.
Vale a pena!
Maria José Rodrigues
A forma de comunicação é rica e perfeita, conseguindo contagiar o leitor com a intensidade de emoções das personagens.
A linguagem é caracterizada pela densidade e diversidade do vocabulário, por um manejo adequado do léxico Português.
A enredo está urdido de maneira engenhosa, com constante chamada a um passado em que prevaleciam as quimeras e ambições individuais ( ainda que tendo tido como resultante uma mutação Histórica colectiva).
O veneziano Mancini, como todos os outros que partiram para distantes Continentes, seguiu em busca da fortuna. Neste caso ser-lhe-ia trazida pelo "o elixir da juventude". Acabou por embrenhar-se em Reinos longínquos, que entretanto se viam invadidos por forças dominadoras. Ao contrário, o jovem Benguela não sonha com a fortuna. Sonha com o "elixir da justiça". Sonha com as utopias de um futuro colectivo novo.
O autor dá-nos em "A Especiaria" a pedra-de-toque para a qualidade do que ultrapassa a mesquinha redoma de interesses do quotidiano.
Vale a pena!
Maria José Rodrigues